Liderança feminina à frente de transformações sociais nas empresas
Apesar de ser perceptível uma pequena mudança quando o assunto é a presença feminina nas cadeiras de liderança, de acordo com dados levantados pela OXFAM Brasil, as mulheres estão à frente de mais de 75% do trabalho não remunerado do mundo.
Essa estatística, por si só, comprova um hiato incômodo de desigualdade de acesso às oportunidades no mercado de trabalho. A sensação de impotência aumenta quando acessamos pesquisas que demonstram que, atualmente, 42% por cento de mulheres em idade ativa estão fora do mercado, , enquanto no caso dos homens, o índice cai para 6%.
Apesar do que mostram os dados, há uma crescente presença feminina à frente de movimentos sociais. Acredita-se que um dos motivos para essa presença tão massiva de mulheres discutindo assuntos de impacto social se dá pelo fato de historicamente elas serem as mais atingidas pelos processos de repressão.
Qual a importância da liderança feminina nas empresas?
Liderança feminina, igualdade de gênero, inclusão e diversidade são temas centrais de muitas discussões na atualidade e vem ganhando atenção mundial.
Recentemente a Rede Brasil do Pacto Global realizou um encontro com mais de 250 CEOs e líderes de empresas brasileiras para aderirem às metas de adesão da ONU para 2030, dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O programa foi batizado de Ambição 2030[1] e convocou empresas a adotarem medidas concretas e efetivas para, dentre outras metas, buscarem a igualdade de gênero. A meta proposta pelo Movimento Elas Lideram 2030 foi o de 30% de mulheres em cargo de alta liderança até 2025 até atingir a meta da igualdade de 50% e 2030.
Traçar planos para o alcance desses percentuais é imprescindível para que as metas do Pacto Global da ONU sejam atingidas, ainda que os números apresentados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são alarmantes. Na pesquisa publicada em 2019 é possível constatar que as mulheres receberam 77,7% do salário dos homens com os mesmos cargos.
Essa estatística precisa mudar, isso porque a liderança feminina e a diversidade de gênero trazem benefícios de ordem financeira, sustentabilidade aos negócios, novas perspectivas, motivação, além de aumentar a retenção de talentos.
Mas como desenvolver a liderança feminina nas empresas?
Primeiramente, é importante que os atuais líderes definam cotas para a implementação da paridade de gênero e estabeleçam faixas salariais iguais.
É imprescindível que pratiquem a escuta ativa, voltem os olhos e reconheçam as lideranças já existentes em suas equipes dando oportunidades às profissionais já engajadas em seus times.
Para facilitar o processo, as empresas podem acompanhar as iniciativas públicas e privadas voltadas para o assunto, criar um comitê voltado para acompanhar com proximidade o desenvolvimento da liderança e, ainda, disponibilizar verba para a formação e empoderamento dessas mulheres.
[1] Movimento Elas Lideram 2030, disponível em https://www.pactoglobal.org.br/movimento/elaslideram2030/#como-aderir, acesso em 03 jun 2022.