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ESG e Advocacy: sinergia na construção dos objetivos estratégicos

Equipe MJAB 26.05.22

Alguns conceitos como governança, gestão, práticas e políticas fazem parte do universo corporativo, mas a materialização da teoria, por vezes, acaba se distanciando da rotina de uma organização.

Muito se escuta sobre sustentabilidade, compliance e agora, sobre a sigla capaz de desmobilizar gigantes do mercado que não se adaptarem as suas diretrizes – ESG.[1]

No artigo anterior tratamos dos termos e formas de implementação de um sistema de governança corporativa. Hoje abordaremos o vínculo da prática ESG às atividades cotidianas de Advocacy e, ainda, sobre o papel da gestão na implementação dessa prática.

 

O que é ESG?

O ESG é o acrônimo de Enviromental, Social, and Governance (ambiental, social e governança, em português). A sigla concentra três dos pilares fundamentais para gestão empresarial e um investimento responsável.

A prática ESG visa a proteção do meio ambiente, a promoção da diversidade, inclusão e pertencimento nas organizações, e objetiva uma governança corporativa eficaz.

A prática vai além da sua própria tradução. O ESG demonstra o quanto uma organização está comprometida em ter uma operação mais sustentável, em termos de responsabilidade socioambiental, reputação e credibilidade.

 

Como o Advocacy impacta as questões de gestão e governança de uma empresa?

O Advocacy é a representação e defesa dos interesses e causas que visam a mudança, conscientização e novas soluções para problemas sociais, ambientais, políticos e econômicos.

Para desenvolvimento das ações de Advocacy, é necessário, primeiramente, estruturar de maneira funcional e sequencial o objetivo que se pretende alcançar.

Com a definição do problema, inclusão do assunto na agenda política e apresentação de soluções e/ou alternativas para o caso, passa-se a fase de implementação da política pública.[2]

É nesta etapa que a ação migra da teoria para prática.

Em seguida, é preciso analisar se a concretização do objetivo está de acordo com o que foi planejado e se está produzindo os resultados esperados.

As ações de Advocacy são contínuas, com o objetivo de estimular o Poder Público, e consequentemente o setor privado, a produzir soluções reais e duradouras que estejam alinhadas com as respostas esperadas pela sociedade.

Além disso, a atividade do Advocacy não está restrita a uma só área, apesar de ser essencialmente jurídica, contando com apoio de vários outros segmentos que por meio de sua visão setorial irão colaborar para construção de uma política pública integrada e eficaz.

 

Qual o papel do Advocacy na construção de objetivos estratégicos no desenvolvimento da prática ESG?

Quando se trata de Advocacy, trata-se conjuntamente de política e processos de transformação, de valores e crenças, consciência e conhecimento.

Por isso, as ações de Advocacy visam além de solucionar o problema em questão, contribuir para fortalecimento da sociedade civil e ampliação da cultura democrática.

O Advocacy e o ESG estão intimamente relacionados neste ponto, uma vez que o objetivo de ambos é a adequação do ambiente social e corporativo às práticas sustentáveis e responsáveis que atendam o interesse coletivo.

Tendo em vista que o ESG ainda está em processo de desenvolvimento para se tornar uma prática enraizada no meio empresarial, vê-se no Advocacy um meio para efetivação da prática.

Isso porque, sendo o Advocacy um acesso e um meio de ampliação das discussões pela sociedade civil, trabalhar relacionar as duas práticas trará benefícios às entidades públicas, setor privado e de toda a sociedade.

Através de mecanismos de comunicação amplos e transparentes entre a sociedade e seus governantes, o Advocacy pode estruturar pensamentos sociais, ambientais e de governança para encontrar a melhor política pública que auxilie na implementação integral dos pilares do ESG.

 

Qual o papel do gestor na construção de objetivos estratégicos na implementação da prática de ESG dentro de uma empresa?

Quando o assunto é a implementação da prática de ESG nas empresas, é imprescindível buscar os objetivos traçados pela Organização das Nações Unidas (“ONU”) na Agenda 2030, a qual definiu objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Naquela oportunidade, foram definidos 17 objetivos visando o comprometimento e a aderência das empresas, em busca de um crescimento sustentável e competitivo.

Com base nisso, o gestor deverá identificar quais daqueles objetivos fazem sentido em seu negócio, analisando tanto os impactos negativos quanto os positivos dessas metas e, posteriormente, traçar um plano para reduzir o impacto de práticas que podem ir de encontro com o que foi definido pela ONU.

Após a realização dessa análise, caberá ao gestor colocar o ESG em prática no dia a dia da empresa, definindo metas e cobrando o envolvimento de todos no atingimento dos objetivos.

Vale destacar a importância do gestor, periodicamente, demonstrar os avanços alcançados pela observação constante dos planos traçados. Essa iniciativa manterá o engajamento de todos facilitando, inclusive, o envolvimento em eventuais metas mais complexas.

 

 

[1] https://www.cnnbrasil.com.br/business/acao-da-tesla-e-retirada-do-indice-sp-500-esg-por-discriminacao-racial/

[2] As políticas públicas são uma resposta do Estado às necessidades do coletivo que, por meio do desenvolvimento de ações e programas, objetivam o bem-comum e a diminuição da desigualdade social. https://www.politize.com.br/ciclo-politicas-publicas/